Calor e seca ameaçam a produção de café no Brasil

Calor extremo e seca ameaçam a produção de café no Brasil
O aquecimento global já afeta diretamente a lavoura brasileira. Meses sem chuva, temperaturas cada vez mais altas e o aumento de pragas e doenças estão impactando a produção de café, especialmente nos principais estados produtores como Minas Gerais e São Paulo.
Estresse térmico: o impacto direto do calor no café
Com a elevação das temperaturas globais, o café — especialmente o tipo arábica — tem sofrido com o chamado estresse térmico, que reduz a fotossíntese, provoca queda de folhas e acelera a perda de água das plantas. Segundo o pesquisador Carlos Henrique, da Embrapa Café, esse desequilíbrio compromete diretamente o desenvolvimento dos frutos e pode reduzir drasticamente a produtividade.
O risco silencioso da florada abortada
O período de florada, entre setembro e novembro, é o mais sensível para a cultura do café. É quando o calor intenso e a falta de chuvas podem provocar o “aborto floral”, ou seja, as flores não geram frutos. Isso representa uma perda irreversível na safra.
Pragas e doenças se tornam mais comuns
Além do calor, os produtores relatam um aumento significativo na incidência de pragas e doenças. “É uma condição muito severa, como nunca vimos antes”, afirma o cafeicultor Pedro Berengani, de Cerqueira César (SP). Sem umidade e com temperaturas elevadas, o ambiente favorece o surgimento de problemas que muitas vezes saem do controle.
Adaptação é urgente: o café na sombra
Para tentar contornar os efeitos do clima extremo, produtores estão buscando soluções como o cultivo de café à sombra de árvores. Essa técnica, que recria um microclima mais equilibrado, reduz o impacto direto do sol e ajuda a manter a umidade do solo.
Produção nacional em queda
A expectativa para a atual safra era de crescimento, mas a realidade foi outra: segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de café caiu 1,9% em relação a 2023, refletindo diretamente os efeitos do clima. Estados como Minas Gerais e São Paulo já observam perda de áreas plantadas.
Vai faltar café?
A longo prazo, o cenário é desafiador. Se as temperaturas continuarem subindo, muitas regiões tradicionais podem deixar de ser aptas ao cultivo do café. E com isso, o preço da bebida tende a subir, afetando o bolso dos consumidores.
O alerta dos especialistas
Para Ana Paula Cunha, especialista do Cemaden, “seca e calor são dispositivos de desastre”. Ela lembra que o Brasil enfrentou, recentemente, a pior seca da sua história moderna — e os efeitos disso devem ser duradouros.
Conclusão:
O café é uma das culturas mais simbólicas do Brasil e representa não apenas um produto agrícola, mas também parte da nossa identidade e economia. Diante das mudanças climáticas, será essencial investir em pesquisa, adaptação e políticas públicas que ajudem a preservar essa cadeia produtiva.
Link da matéria:
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/agro-de-gente-pra-gente/noticia/2024/12/21/como-calor-e-seca-afetam-alimentos-e-ja-deixam-o-cafe-mais-caro.ghtml
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